Era uma sala escura, com uma grande mesa central redonda, de pedra branca polida, cujo único foco de luz pendia forte sobre esta. Sobre ela estavam diversos pergaminhos, abertos enquanto ao redor da mesa, cerca de cinco pessoas conversavam entre si.
- Todas sem nexo algum, porém de fontes confiáveis, estamos tentando achar algum ponto em comum mas não o conseguimos ainda.Explicava uma das figuras a outra, provavelmente recém chegada. Uma outra mulher, magra, alta e de cabelos ruivos muito lisos, batendo na altura da cintura se aproxima pegando um dos pergaminhos.
- Vejam, todos parecem falar de pessoas diferentes.Ela mostra um pergaminho ao lado de outro, apontando certos parágrafos para os outros dois homens.
- Exato, mas quem são estas pessoas?
- Talvez....Um estrondo de abrir de portas interrompe a frase. Outros dois bruxos, uma mulher baixa, loira e muito branca e um senhor gorducho, com sua bengala adentram a sala, caminhando de forma acelerada.
- Aqui está a que faltava, Gaia Milankovic. Já demos uma olhada e segue a linha das demais.O senhor coloca o pergaminho aberto sobre a mesa. Os demais se aproximam para ver o conteúdo do pergaminho.
- Sim, realmente a veracidade desta visão é comprovada, segue o esquema dos demais!
A moça de outrora diz em um tom baixo, rompendo os segundos de silencio. O senhor gorducho agora sentava lentamente em uma grande cadeira ali.
- Merlin, temos que investigar isso o mais rápido possível, já são mais três aurores desaparecidos, acabamos de receber informações de mais dois corpos achados recentemente. - Vocês redobraram a segurança em torno dos oráculos?
- A senhorita Gaia não o quis, os outros dois que ainda restam já estão sob jurisdição do Ministério.- Não quis? Ela sabe que dos sete restam apenas quatro?
- Três, o corpo de Julian Magicfield foi encontrado a pouco, estava quase que irreconhecível, morto por magia negra!
- Merlin nos proteja!Uma voz rouca e muito serena é ouvida do fundo da sala. Os demais se viram assustados para a figura que estava sentada no escuro, absorto em pensamentos.
- Senhor M., não o vimos aí.
O Senhor logo se levanta com certa dificuldade e se aproxima da mesa, rodeando-a lentamente, lendo os pergaminhos contemplativo, enquanto falava tranqüilamente com os demais na sala.
- Já sabem algo a respeito do assassinato da Senhora Potter?
- Não senhor, ainda não temos idéia de quem possa ter sido.
O Senhor dá uma leve gargalhada.
- Ora, não sejam tolos, vocês sabem muito bem o único que poderia te-la matado daquela maneira. A Senhora Potter era uma de minhas alunas mais competentes!
- Mas Senhor, Ele está morto.... à anos!
- Claro, assim como eu não é mesmo!?
A figura sorri levemente de maneira serena, estendendo a mão e reorganizando os pergaminhos sobre a mesa, lenta e pacientemente, sob os olhares atentos e curiosos dos demais presentes. Por fim, repousa as mãos no cajado, lendo novamente os pergaminhos. Ao fim, suspira e se vira se dirigindo a saída.
- Senhor, aonde vai?A figura continua seu caminho, parando à porta e abrindo-a.
- Convocar o supremo conselho.
- O que?O coro uníssono dos demais soa pela sala, mas a figura do senhor já havia desaparecido dali. Os demais se entreolham por alguns segundos, até serem interrompidos pela voz da jovem moça.
- Meu Merlin, como não percebemos isso antes..... era um quebra-cabeças, estava debaixo de nosso nariz o tempo todo!
Os demais se apressam em espiar os pergaminhos, alinhados um ao lado do outro, formando uma profecia.
“O primeiro filho de adão, aquele que deve trazer a luz em largo sono repousa. Por um tempo de cem não o verão, dando à sua coroa aquele que à sua chave possua.
“O segundo filho renascerá, filho das trevas que busca destruir e matar. A ferro e fogo governará, esperando por aquele que o possa derrubar."
“A terceira filha está em sono eterno, assim foi posta e entre o eterno e as flores pra sempre dorme. Seu oposto ao seu lado também deverá dormir, dando espaço ao novo tempo de um novo tempo.”
“O quarto filho à casa torna, trazendo consigo a esperança negra da salvação. Seu nome será justiça e sua honra será seu brasão”
“O quinto filho, o que jamais se deve esquecer. Os que em seu nome e seu poder confiar, jamais irão perecer”
“O Sexto filho, aquele que deve ser esquecido, do medo e das trevas ele virá. Seu domínio e seu reino voltarão à terra, ele vira com sua espada em mãos e de seus inimigos se vingará”
“O sétimo filho do sétimo filho, seu poder e seu coração são incertos. Sua existência dependerá da chave de seu coração, aquele que a possuir inclinará os desejos de seu coração. Para o bem poderá servir, trazendo a paz e luz, ou as trevas deverá se aliar, terminando o que os outros filhos não puderam encerrar”
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